sexta-feira, 11 de maio de 2007

Sob a mira da pistola (e que pistola!) do Sr. Bronson


Um olhar nostálgico em DESEJO DE MATAR
(feito depois de uma revisitada no filme)

O saudoso Charles Bronson. O primeiro bronco mais amado do cinema, que disputa lado a lado com Clint Eastwood. Quem de nós nunca assistiu um dos cinco filmes da série DESEJO DE MATAR no Domingo Maior? Ou até mesmo o campeão de repeteco KINJITE: DESEJOS PROIBIDOS?

E quem estava ali na tela com seu rosto durão talhado a faca e arma em punho, fazendo justiça de uma forma nada agradável e cantando “pé na porta e soco na cara, bandido comigo é no pau e na vara!”, quem?
Charles Bronson.

História suburbana, gigantesca colcha de retalhos bem alinhavados de forma crua e violenta pelo diretor Michael Winner, em momento de sublime inspiração. Crítica fervorosa a criminalidade e a selva de pedra em que nos encontramos, o enredo já é mais do que conhecido: Bronson é o arquiteto que vive muito feliz com sua família, até o dia em que seu apartamento é invadido por três marginais que espancam e estupram sua esposa e filha, com conseqüências destrutivas na vida dele.

E lá se vão farpas críticas a alta taxa de criminalidade, ao descaso da polícia e até mesmo da saúde. O submundo dos bandidos e o mundo cão de delegacias. Apesar de ter visto o filme há muito tempo atrás e não lembrar de muita coisa fiquei chocado com a cena do ataque ao apartamento de Bronson, pois isso acontece todos os dias, pode ser até na casa ao lado.

Depois de toda essa selvageria com sua família, Bronson que é pacifista rachado no filme, vai trabalhar no interior por um curto período. É nessa viagem que ele desperta todo o seu desejo de justiça, de reparação e de matar. Stuart Margolin, terrivelmente afetado e desmunhecado, longe de aparentar um tubarão dos empreendimentos, é o cowboy que ensina Bronson a atirar e o presenteia com uma arma. Ah claro, antes disso ele fala em alto e bom tom: “Você é um desses liberais idiotas que pensam que disparamos nossas armas como extensão de nossos pênis... Pode ser, mas este é o pais das armas!”

Bom, não se pode exigir muito de Bronson como ator dramático, mas como justiceiro durão empunhando um 32 e caçando a escória, ele é o tal! Esgueirando-se por ruelas escuras ao som da excelente música de Herbie Hancock, ele empreende um verdadeiro safári aos ditos “animais” que acabaram com sua vida. No seu encalço, segue Vincent Gardenia, no papel do nervoso chefe de polícia que também caça o seu “animal” metido a justiceiro. Ótima dobradinha dos atores em cena.

Só queria deixar bem claro que fico meio balançado pelo senso de justiça pregado pelo filme em uma única cena quando Bronson diz a seguinte fala ao seu genro: “É o velho costume da autodefesa. Se a polícia não nos defende, nós nos defendemos!”. Nesse ponto o filme é meio falho, até porquê fica uma dúvida no ar: Não estaria Bronson se igualando aos bandidos que ele tanto abomina ao partir para a violência? Ele não queria ser assim, mas a brutalidade o fez assim.

Por favor, os mais desmiolados procurem não levar o filme ao pé da letra. E os fãs de um bom policial, preparem a pipoca e aumentem o volume, pois Charles Bronson está de volta para fazer justiça com as próprias mãos!

Fogo neles, Sr. Bronson!


P.S: Apesar de viver tipos durões e grosseiros reza a lenda nos bastidores do cinema de que o finado Charles Bronson era um dos caras mais dóceis que já existiu. Prova viva disso foi o fato de que ele protagonizou uma grande história de amor com sua esposa, a também atriz Jill Ireland, que partiu desta pra melhor muito antes dele em 1990 deixando Charles na época completamente desolado e sem rumo na vida, como contavam as fofoca de Hollywood.
Charles Broson juntou-se a Jill no reino dos céus em 30 de agosto de 2003.
De brucutu, ele só tinha a cara

Vinicius Valcanaia
Acadêmico de Psicologia, pseudo-crítico de cinema,
catedrático das catedrais, nostálgico de plantão,
arroz de festa dos bares e claro,
observador perspicaz do comportamento humano!
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