terça-feira, 1 de maio de 2007

EMOÇÃO X TOQUE DIVINO (Ou quando Betrand Russel leu minha mente...)




Continuo minhas reflexões, digressões e discussões "about religion", dogmas e crenças em geral.

Algumas canções cristãs ainda me emocionam.
Outro dia meu irmão estava lavando o carro à noite e ouvindo um cd do Pastor Judson, que tem músicas belíssimas e de letras profundas. (Diferente da maioria das canções evangélicas, que falam basicamente a mesma coisa.) Bem, lá estava meu irmão, à noite, lavando o carro e escutando aquele cd. Eu chego perto, me encosto no carro, olho o céu, vejo umas três estrelas, ouço a canção e choro. Um choro gostoso.
"Deus tocando meu coração", diriam os crentes. "Emoção", diz a minha razão.
Até gostaria que minhas lágrimas fossem sinal da mão de Deus, mas preciso ser coerente. Genteee, já chorei ouvindo a Angelina Jolie cantar "Satisfaction", no filme "Uma Vida em Sete Dias"!!!!!
E preciso dizer que me arrepio com Carmina Burana? (Acho que até um defunto se arrepia ouvindo a ópera Carmina Burana)
Então, por quê eu não choraria de emoção ao ouvir alguns versos que falam "esconda-me onde os aplausos não me embriaguem... onde eu possa ser sarado, onde eu possa ser curado, e recostar-me no teu peito e só descansar"?

Chego a algumas conclusões que me bastam.
Não posso aceitar esse Deus que me oferecem. Não posso aceitá-lo porque Ele tem o inferno preparado para alguns. Por isso, não posso aceitá-lo. Não que ele não me convenha, mas ele me enoja, me assusta, me confunde. Um deus de amor, que no entanto precisou mandar o próprio filho morrer para que eu possa ser perdoada de meus pecados? Um deus de amor, que não tem outra alternativa a não ser mandar os incrédulos para o lugar de "ranger de dentes" e fogo que não se apaga?

Bem, não sou a única a não admitir um Jesus vingador que mandará os incrédulos para o fogo do inferno. Há séculos isso é motivo de discussão e tema para pensadores. O texto de um deles, Bertrand Russel, caiu em minhas mãos há dois anos. Sabe quando você lê algo e pensa, "nossa, esse cara disse tudo que eu penso, parece que entrou em minha mente". Pois é, logo abaixo você pode ler um trecho desse texto que publiquei em meu blog pessoal e foi alvo de vários comentários polêmicos.

Com vocês, Bertrand Russel, em "Porque não sou cristão":

"Há, a meu ver, um defeito muito sério no caráter moral de Cristo, e isso porque Ele acreditava no inferno.

Quanto a mim, não acho que qualquer pessoa que seja, na realidade, profundamente humana, possa acreditar no castigo eterno.

Cristo, certamente, tal como é descrito nos Evangelhos, acreditava no castigo eterno, e a gente encontra, repetidamente, uma fúria vinditiva contra os que não davam ouvidos aos seus ensinamentos – atitude essa nada incomum entre pregadores, mas que, de certo modo, se afasta da excelência superlativa.

Não encontrareis, por exemplo, tal atitude em Sócrates. Encontramo-lo bastante suave e cortês para com aqueles que não queriam ouvi-lo – e, na minha opinião, é muito mais digno de um sábio adotar tal atitude do que mostrar-se indignado."

(Bertrand Russel)



Ju Dacoregio
Jornalista e filósofa!
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Um comentário:

Anônimo disse...

Acho legal você ter resolvido falar desse assunto. Mas tudo isso que você falou de Deus ou de Jesus são dogmas da Igreja Católica. Como podemos afirmar o que Deus ou Jesus querem ou fazem? Quanto do que achamos "saber" sobre essas "figuras" são apenas parte de uma só interpretação, a católica?
Me irrita um pouco que ainda hoje tanta gente continue propagando a fórmula:
Igreja católica = Jesus = Deus
Jesus era judeu e nunca criou religião nenhuma! E acho que nem preciso dizer que Deus também nunca se apresentou publicamente pra dizer exatamente de que religião é (nem pra que time torce ou qual sua nacionalidade, apesar de toda aquela história de ser brasileiro e todas as promessas em época de campeonatos!)