domingo, 20 de maio de 2007

O Exorcismo de Emily Rose


E lá vou eu, na área que mais me fascina, o filme de terror. Não podia ser melhor, gastar minha pena escrevendo sobre esse filme singelo e assustador, com jeito sisudo e um tema já conhecido de todo o grande público. Afinal, quem não conhece a história de uma menina possuída pelo demônio, que aconteceu lá pelos idos de 1973 no filme O Exorcista, grande fenômeno do cinema de horror? A piada foi reciclada, com ares de superprodução e com muitos demônios infernizando a vida da pobre Emily, vivida pela feiosinha Jennifer Carpenter que exagera ás vezes como uma garota franzina e sem graça, extremamente religiosa que começa a dar sinais de possessão demoníaca. Possessão aos olhos do padre Moore, o conselheiro religioso da mocinha aqui vivido pelo ótimo ator britânico Tom Wilkinson, numa interpretação carregada de um medo do coisa-ruim que pinta e borda nesse filme, como fez com Linda Blair.

O padre Moore está encrencado até os olhos, pois a jovem morre durante a sessão de exorcismo e ele vai em cana. Para salvar o padre do xilindró, entra em cena a atriz Laura Linney, como a advogada que não perde um caso, terrivelmente cética, que acaba também por sentir que forças ocultas estão agindo no julgamento, como o padre gosta de salientar. Talvez essas forças ocultas possam ser por parte do Diabo ou até mesmo por parte da promotoria que a todo custo tenta provar que a menina nada mais era do que uma esquizofrênica, tarefa árdua defendida pelo sisudo Campbell Scott aqui feroz e implacável como o promotor que não dá um minuto de sossego para o padre. Além dos talentos de Laura e Campbell, durante o desenrolar jurídico outras figuras dão o ar da graça no tribunal, o canadense Henry Czerny (Missão Impossível), a iraniana Shohreh Agdashloo (Casa de Areia e Névoa), o apagado Colm Feore (A Tempestade do Século) e a sumida Mary Beth Hurt (A Época da Inocência) fazendo às vezes de juíza.

Reza o filme, que tudo o que vemos ali na tela é baseado em um caso real e inclusive nos créditos pode se notar a consultoria da antropóloga Felicitas D. Goodman, que escreveu um livro sobre o caso com os documentos cedidos pelo advogado na época.

Esse que vos escreve, é um medroso de primeira. E confessa que ao ver o filme no cinema, sentiu um medo daqueles que não sentia desde que viu O Exorcista, que sem querer trata do mesmo tema, um tema 1que ainda gera controvérsias entre homens de fé e homens da ciência. Eles que se digladiem, porque esse homem aqui, ficou apavorado na salinha escura do cinema, cabreiro, olhando pros lados...

O grande charme do filme está na maneira com que o diretor Scott Derrickson dosou os momentos de terror. O filme é cheio de níveis, isso mesmo. Tem um primeiro nível em que o terror é sutil, que causa pequenos calafrios. O segundo, em que você já vai suando as palmas das mãos e o terceiro, que se bobear você já está de olhos fechados. E olha que para um diretor que havia dirigido porcarias como as seqüências de Hellraiser e Lenda Urbana, isso é um feito extraordinário.

Emily Rose não deixa de ser sério quando a ciência, personificada pela promotoria, entra em cheque com a religião, com as crenças do padre Moore, que está muito mais preocupado com a fé no mundo atual do que com a sua liberdade, deixando até mesmo o filme com um certo ar filosófico. Quem vai cair de paixão pelo filme é o pessoal que faz faculdade de Direito, já que o filme tem um procedimento legal interessante.

Mas os medrosos de plantão, aqueles que acham que cachorro uivando atrás de casa é lobisomem, podem preparar os corações e a adrenalina para as pequenas chaves do medo no filme, como o lance das três horas da manhã, os corredores sem fim e a frágil Emily bufando e vociferando com voz grossa.



Gostou do texto e quer saber mais sobre o assunto?
Exorcismos, possessões, o diabo... Isso tudo lhe fascina e lhe assusta?
Então não deixe de ouvir o AS BELLAS & A FERA desta segunda, 21/05.
Vai ser de arrepiar...
Huaehuaheuaheuaheuaheuaehuaeh (riso maléfico, quase satânico!)



Vinicius Valcanaia
Acadêmico de Psicologia, pseudo-crítico de cinema,
catedrático das catedrais, nostálgico de plantão,
arroz de festa dos bares e claro,
observador perspicaz do comportamento humano!
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